"A Verdade não precisa de defesa; por si mesma ela se defende. A Verdade precisa ser proclamada!"

28 janeiro 2011

O Pensador Cosmético



Por Pr. Jonas Madureira

A subversão toma conta dos ossos, da carne, da pele, do cérebro e da língua dos pensadores que têm a inclinação para perturbar, desconstruir e transformar a ordem estabelecida. Um pensador insatisfeito com a ordem é sempre um pensador subversivo em potencial. Pois tudo o que um pensador subversivo é e faz está plenamente tomado da insatisfação com relação à suposta crença na ordem do “estado de coisas”. E é essa insatisfação que o faz ceder a irresistível tentação de mostrar o caos de todas as estruturas de pensamento, inclusive, daquelas que se dizem livres. Assim, o pensador subversivo é sempre o exato oposto do tipo “livre pensador”.

O livre pensador não é subversivo, como ele pensa que é. Na verdade, ele é um pensador cosmético. Antes que você diga: “Afinal, que absurdo é esse?”, lembre-se de que uma das acepções da palavra cosmos, em grego, é “ordem”. Para os gregos,cosmos é tudo o que ornamenta, embeleza, organiza, oculta ou esconde o caos. Daí “cosmético” ser o adjetivo mais apropriado para designar os produtos de beleza que prometem esconder o caos de rostos e de peles femininas ou masculinas. Nesse sentido, um livre pensador é um maquiador da realidade. Em contrapartida, tal como o pensador subversivo, ele também vê e sabe que o caos está aí, pois ninguém está completamente livre do caos, não é mesmo? Porém, como carece de caráter e sinceridade, o livre pensador acha melhor negar e ocultar a realidade. Que realidade? A realidade de que ele mesmo sabe que não é tão livre assim para pensar. Para livres pensadores, o condicionamento do pensamento é sempre visto como algo aprisionador e destrutivo. Por isso, o argumento que o livre pensador usa é aquele mesmo argumento que os ateus sempre recorrem quando querem opor o pensamento à religião: "dogmas aprisionam o pensamento". Não é à toa que os livres pensadores se dizem livres justamente porque não se veem presos a dogmas, certo?

Porém, não tenha dúvida, o livre pensador não é sincero nem com ele nem com seu povo. Ser sincero é etimologicamente ser “sem cera”. Na antiga Roma, os restauradores de esculturas inventaram uma cera que ajudava na preservação da boa aparência das esculturas desgastadas com o tempo. Um dos desgastes mais frequentes eram as rachaduras, e para escondê-las o restaurador usava uma cera que era capaz de cobrir as fissuras da escultura. No entanto, quando o sol batia era plenamente possível enxergar através das ceras as rachaduras que se tentava inutilmente ocultar. É por isso que usamos o adjetivo “sincero” apenas para qualificar aquilo que de fato é. Portanto, sinceridade é a atitude de não mais tentarmos esconder o que não mais conseguimos esconder.

Por que acuso os livres pensadores de falta de sinceridade? Simplesmente porque não existem pensamentos livres. O que de fato existe é um fluxo ininterrupto de pensamentos dos quais não temos o menor controle. Tudo o que pensamos é sempre resultado de uma série de adesões a pressupostos que somos obrigados a assumir como axiomáticos se queremos ser no mínimo verdadeiros para nós mesmos. Um livre pensador cerra o galho em que está sentado justamente porque acredita naquela historinha iluminista de que é possível analisar o mundo sem participar dele, ou seja, de que é possível e necessário o distanciamento existencial do objeto de análise. Pessoal, sempre que falamos do nosso mundo falamos de dentro dele, nunca de fora. Por isso, a pergunta certa é “Sabemos em que mundo vivemos?”. Tem uns caras que gostam de bancar de subversivos, mas não passam de pura cosmética. Eles se acham livres e subversivos só porque não acreditam em dogmas. Pobres pensadores, pois não enxergam seus próprios dogmas. Quem disse que não é dogmático o “Diga não aos dogmas!”?

O pior de tudo é que o livre pensador se acha subversivo, livre, libertador, mas na verdade ainda não se deu conta do quanto é escravo de seus pressupostos. Que contradição! Para sua infelicidade ou vexame, ele ainda não percebeu que suas opções intelectuais são como meninos carolas, fiéis em demasia aos seus vigários pressupostos. Agora, qual é o motivo da maquiagem? Por que livres pensadores escondem que têm seus dogmas? Por que têm tanto medo de colocar as cartas na mesa? Qual a razão da ocultação de suas doutrinas tão cristalizadas e tão vistas como inerrantes? Por que afirmar que são tão livres quando, na verdade, estão tão presos às estruturas dogmáticas do pensamento?

É por essas e tantas outras razões que acredito que assumir os pressupostos é uma virtude, escondê-los é malandragem.

Nota: Texto gentilmente cedido pelo autor e disponível originariamente no "Blog do Jonas"

25 janeiro 2011

Obediência e Dependência



Por Natan de Oliveira





“Não sabeis que daquele a quem vos ofereceis como servos para obediência, desse mesmo a quem obedeceis sois servos, seja do pecado para a morte ou da obediência para a justiça?” Romanos 6.16

No dia-a-dia Deus tem me provado de diversas maneiras.

Cada vez que uma coisa ruim nova acontece, na minha mente sempre me lembro de duas palavras e os pensamentos que as acompanham: Obediência e Dependência.

Desconfio cada vez mais que Deus na realidade não se importa se uma pessoa é rica ou pobre. Ele não se preocupa se esta pessoa foi ou é um grande sucesso na vida ou se foi ou é um grande fracasso aos olhos humanos.

Parece-me que Ele trata com esta pessoa observando apenas dois aspectos, a saber, sua obediência e sua disposição para a dependência (Dele).

“Porém Samuel disse: Tem, porventura, o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura de carneiros.” 1 Samuel 15.22

Mas o problema é que a obediência se aprende pelo sofrimento.

Tenho até medo de pedir “... Senhor me ensine a te obedecer cada vez mais...”, pois sei que logo para que oração seja atendida, vem o sofrimento e provação para exercício e crescimento do espírito de obediência.

Se todos os mandamentos não existissem, e no lugar deles só um fosse colocado, tipo, “Não comerás limão...”, imagino que os homens chupariam limão o dia todo, viveriam comendo picolé de limão, tomando limonada, comendo tortas de limão, colocando limão em qualquer receita salgada possível.

Por mais inocente e viável que fosse a obediência de um mandamento, ele seria quebrado, pois está no coração do homem um desejo (o pecado) que é o de desobedecer seu Criador.

O mesmo se dá com a dependência.

O homem quando diz que quer liberdade e segurança, na realidade, penso que está querendo é ser livre de Deus para egoisticamente fazer o que bem desejar e encontrar uma forma de “garantir” o melhor deleite que puder para o seu dia-a-dia.

“Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos deleites.” Tiago 4.3

E quanto mais Deus deseja que sejamos e aprendamos a sermos obedientes, me parece que mais e mais Ele nos coloca em situações de risco (para “verificar” o grau de confiança) e situações de teste (para “verificar” o grau de obediência).

Não que Ele não saiba, mas pedagogicamente é bom que saibamos obedecer pelo padecimento.
Foi assim com o Senhor Jesus, me parece que será assim conosco.

“Ainda que era Filho (Jesus), aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu.” Hebreus 5.8

E olhando ao passado, pensando na minha arrogância, no meu egoísmo que sempre se manifesta no presente quando eu fico “distraído”, relembro que eu não mereço o Seu amor. Nem mesmo o entendo.

Nesta caminhada da vida, no aprendizado destas duas lições (obediência e dependência) que o Senhor não vire o Seu rosto de mim, que não trate comigo na mesma medida dos meus pecados, que não me tire a esperança, que não permita que seja nem muito rico, nem muito pobre, que não me prove além das minhas forças, que esteja comigo a cada passo.

Antes da minha conversão, eu passava os dias em pensamentos luxuriosos.
Hoje, outros “pecados” se aproximaram de mim, que antes eu não notava tanto, e o meu pior inimigo tem sido a ansiedade.

Na luta contra a ansiedade tenho percebido como é difícil ser obediente e dependente do Senhor.

“Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios, e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo, como filhos obedientes...” 1 Pedro 1.13-14a

NOTA: Texto gentilmente cedido pelo autor e disponível originariamente em "Reflexões Reformadas"

22 janeiro 2011

Seria apenas saudosismo de minha parte?


 
Por Marcos David Muhlpointner 


Quando eu era adolescente e comecei a entender as pregações nos cultos, havia pouca contextualização. O que isso significa? Pelo menos na igreja que passei a maior parte da minha vida, as pregações eram a compilação de alguns versículos com temas parecidos, uma pequena análise histórica daqueles textos e só. Não havia um aprofundamento nas questões que os versículos traziam.

A análise dos versículos não passava de superficialidades e ao contexto histórico em que o versículo estava inserido. Faltava uma aplicação prática à vida de cada crente. Não havia sequer a utilização de algum comentário, ou outro livro qualquer que pudesse ajudar o pregador a compreender melhor aquele texto. A literatura cristã ainda era muito incipente e a maioria dos livros era de testemunhos. Não havia à disposição livros doutrinários e expositivos.

Com o passar do tempo começaram a ser traduzidos livros expositivos, livros de sermões e livros que traziam uma análise mais aprofundada dos grandes temas da fé. E as pregações ganharam em qualidade. E muito. Havia mais riqueza, mais contextualização. A Bíblia "fazia mais sentido", porque, agora, eu percebia no meu dia a dia onde aplicá-la. Passei a aprender a entender a minha vida à luz da Bíblia. E o conhecimento nessa época explodiu nas igrejas. Eu perdia a conta de estudos bíblicos, livros e mais livros que usávamos na Escola Dominical. Foi uma época de muitos encontros e congressos, cheios de gente que queria estudar a Bíblia, conhecê-la e vivê-la.

Infelizmente hoje tem ocorrido uma situação estranha. Tenho visto vários livros publicados, de autores renomados no meio evangélico que têm se inspirado em outros autores que, há vinte anos atrás não apareciam na literatura evangélica. A fonte inspiradora desses autores evangélicos vai desde monges e freiras católicos até pensadores liberais dos seminários teológicos. E o que percebo é que pregadores de diferentes origens têm tido as mesma influências. Pentecostais, neo-pentecostais, batistas, evangélicos independentes, metodistas, presbiterianos têm usado autores e autoras católicos com muita desenvoltura.

E junto com esses católicos, os teólogos liberais estão sendo muito citados. Ainda que hajam diferenças entre os católicos, liberais e evangélicos, vejos esses últimos andando com os primeiros sem sentir nenhuma diferença. Apenas como exemplo vou usar Bultmann, um dos expoentes do liberalismo teológico e muito citado pelos pregadores. Para Bultmann a única informação histórica do Credo Apostólico é "[Jesus]padeceu sob Pôncio Pilatos." As outras declarações do Credo são invenções dos primeiros cristãos. Ora, como um autor desses pode ser usado como parâmetro nas pregações dos púlpitos evangélicos? A até autores, grandemente citados pelos pregadores atuais que consideram o Batismo e a Ceia dispensáveis!!! É incrível isso.

Diante disso, termino com algumas perguntas: onde vamos parar?, será mesmo que as nossas diferenças podem ser deixadas de lado?, será mesmo que a teologia evangélica não tem produzido conteúdo de qualidade?



Fonte: Texto gentilmente cedido pelo autor e disponível originalmente em  Música, Ciência e Teologia

21 janeiro 2011

Bem-aventurança: um contraste a ser seguido



O Senhor dos senhores e o Deus do deuses, o Mestre; ele mesmo lava os pés aos discípulos.
Estranho?! Contraditório?! então leia o texto abaixo, e verás um verdadeiro paradoxo.

Por André Luiz

Trabalho numa empresa multinacional aqui em Manaus, de muitos funcionários(mais ou menos 10 mil) e por conseguinte acabei fazendo algumas amizades, com diferentes tipos de pessoas: homens, mulheres, cristãos e não-cristão, alguns deístas¹, outros panteístas², alguns crentes e outros "ex-crentes"³, desviados do Caminho de Deus, alguns que são mais calmos, outro mais agitados, efim; uma empresa de dez mil funcionários tem gente de todo tipo e já devem imaginar.

Nessa virada de ano de 2010 para 2011, muitas pessoas passaram com suas famílias, com amigos e/ou parentes, com desconhecidos, em suas próprias residências, praças, praias, igrejas, hospitais; enfim, outras passaram dessa para melhor, outras, dessa para pior. E, nessa virada de ano, um amigo meu lá na empresa, depois de voltarmos das férias, procurou-me para contar as "novas", depois de acalmá-lo no seu entusiasmo ele parou e disse: "André, essa virada de ano foi a melhor da minha vida, nunca me senti mais feliz. Conheci algumas garotas(ele é casado, pelo menos tem a tão defendida união estável) e saí com elas e ..." pedi para ele parar de falar e o repreendi e disse que não concordava com aquilo e o instruí segundo a Bíblia.

É evidente que o entendimento que ele teve sobre felicidade, alegria não é diferente do de muitas pessoas.
Contudo, fica a pergunta no ar, o que é ser feliz então?! Como alcançá-la? Onde encontramos a felicidade? 

Vejamos algumas ideias que o mundo discorre sobre causas e efeitos para a felicidade:

  • Sobre alta-estima: Não se rebaixe, erga a cabeça; você é o melhor, não precisa de ninguém.
  • Sobre sentimentos pessoais: Sorria, é melhor sorrir que chorar;  não se entristeça.
  • Sobre comportamento: enfrente a briga, dê o troco; não se preocupe com isso, o mundo é assim mesmo e nós fazemos parte desse sitema; meu amigo liga não, aquele que tem pena do miserável fica no lugar dele; olha só isso, ouça isso aqui também, faça e deixe acontecer ninguém está vendo; deixa eles se matarem, eles não prestam para nada;
  • Sobre danos: corra atrás do prejuízo; não deixa eles te perseguirem, nem mentirem sobre vocês;
Não estou defendendo a vitória da injustiça sobre a justiça, não estou dizendo que prefiro o mal ao bem, não é isso. Muito diferente disso nós devemos buscar a justiça e o bem do nosso próximo, mas quanto a nós memos é que é a questão. Bom, não é sobre isso que quero falar, porém, fica esclarecido que não sou nem um "masoquista de quinta e de plantão". 

Jesus, porém, ensinou no famoso sermão do monte que a felicidade é totalmente o contrário:

 "Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte, e, como se assentasse, aproximaram-se os seus discípulos;
 e ele passou a ensiná-los, dizendo:
 Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.
 Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.
 Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra.
 Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos.
 Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.
 Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus.
 Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.
 Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.
 Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós.
 Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós." Mt 5.1-12.

A Porta é estreita e apertado o caminho que nos leva à salvação. Como alguém que é altivo e não consegue baixar a cerviz pode entrar nesse caminho?!
Como, ante a Santidade de Deus e o conhecimento do nosso pecado, o homem não chora diante d'Ele?! Há a possibilidade de eu me arrepender amargamente e não derramar sequer uma lágrima?!
Sofrer injustamente até, possivelmente, chegar à beira da morte.
É como se fosse colocado na placa de uma igreja um slogan que diz o seguinte:

"Venham Sofrer"

Achas isso tudo uma contradição?! Mas a felicidade está aí. É óbvio que a felicidade não está necessariamente neste tipo de comportamento, mas em seus resultados.
O reino dos céus só é dado aos humildes, a consolação só é dado aos que choram, só irá herdar a terra os mansos e assim sucessivamente.
É interessante que o Senhor Jesus diz em Mateus 10.34-38:

" Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada.  Pois vim causar divisão entre o homem e seu pai; entre a filha e sua mãe e entre a nora e sua sogra.  Assim, os inimigos do homem serão os da sua própria casa.  Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim;  e quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim. Quem acha a sua vida perdê-la-á; quem, todavia, perde a vida por minha causa achá-la-á."

Outra aparente contradição, mas essa parte final que diz:

"Quem procura os seus próprios interesses nunca terá a vida verdadeira; mas quem esquece a si mesmo, porque é meu seguidor, terá a vida verdadeira." NTLH 

A Vida Verdadeira só é dada àqueles que perderam a sua vida por causa de Cristo, está nisso a nossa verdadeira felicidade; conhecer a Cristo e, entregando-se a Ele em verdadeira humildade e chorando de tristeza pelos nossos pecados encontraremos felicidade em sua Salvação.

Quem disse isso foi um homem que conhece tudo isso na prática.
Ele mesmo sendo Deus esvaziou-se de si mesmo. Ele chorou pelo pecado, pelos pecados do seu povo. Ele foi manso, puro, teve compaixão da miséria alheia, foi um pacificador quando foram prendê-lo um dos seu sacou de uma espada e cortou a orelha de um dos malfeitores e ele, imediatamente, proibiu que o seu discípulo fizesse aquilo e curou aquele que fora cortado a orelha, mesmo sabendo que este mesmo não teria piedade dele. Ele foi durante toda a sua vida perseguido e caluniado por motivos injustos e ele sempre buscou a Justiça e obedeceu a vontade de seu Pai. E, depois de tudo isso, de ser um exemplo para nós, Ele foi brutal e ridiculamente morto numa cruz.
Mas foi ressuscitado e tem o Nome acima de todo os nomes. Ele é o Rei. O Senhor. O nosso amado Salvador.

Esta é a felicidade que Jesus nos ensinou. estamos dispostos a buscar esse tipo de felicidade?!
É claro que não é fácil, é uma tarefa árdua obedecê-la, contudo é nessa verdade que deve repousar nossa alma.
É um desafio segui-lo e ser como ele é, mas isso é uma dádiva que, infelizmente, e para a tristeza de muitos, não foi dada a todos.

Que Deus nos capacite a sermos esses bem-aventurados que ele com toda a autoridade nos ensinou a ser.

Amém.

¹. Deísmo é um entendimento filosófico que diz existir um Criador, contudo este mesmo está longe, não interfere na sua criação, não é providente.

². Panteísmo diz que Deus está na criação e  nesta se confunde, tudo torna-se uma parte da divindade.

³."Ex-crente" - Não acredito que haja ex crentes, pois os verdadeiros crentes nunca perderão a salvação.
Só usei a expressão que ouvi de um desses meus amigos da Honda.

Nota: Texto gentilmente cedido pelo autor e disponível originariamente em "Crer é difícil"

19 janeiro 2011

Participante Secreto: Culto na Igreja Batista da Lagoinha





Terça feira, 05 de janeiro de 2010. Com insistência pertinaz de alguns amigos, cedi aos seus pedidos e fui assistir ao culto de terça-feira da Igreja Batista da Lagoinha. Para evitar que este artigo seja tendencioso, não tecerei nenhum comentário além dos pedidos pelo formulário.

Freqüentador Misterioso: TheMeanReverend

A Igreja: Igreja Batista da Lagoinha, Belo Horizonte, Minas Gerais.

Denominação: Batista Renovada / Pentecostal. Afiliada à Convenção Batista Nacional.

O prédio: Um Mega Auditório. Nenhuma aparência de finalidade religiosa.

A comunidade: A Lagoinha tem 50.000 membros. Que tipo de comunidade pode haver entre 50.000 pessoas? Enfim... Todos os tipos de gente, juntos e misturados.

A vizinhança: Até há alguns anos, a igreja realmente ficava no bairro Lagoinha, mas cresceu tanto que precisou de seu novo santuário, que fica no São Cristóvão, às margens da Av. Antônio Carlos. A localização é ruim. As ruas são íngremes, o bairro é perigoso e deserto, ainda mais agora, com as obras de ampliação da referida avenida.

Elenco: André Valadão, digo, Pr. André Valadão.

Data e Horário: 05/01/2010, 19:30


Qual o nome do culto?
Culto de terça feira.

Quão cheio estava o salão de cultos?
Absurdamente lotado. Gente onde havia espaço. Como cheguei com uns 20mins. de atraso, só consegui me assentar porque minhas companhias tinham guardado um para mim.

Alguém lhe deu boas-vindas?
Havia diáconos à porta, mas não fui saudado com "boa noite", "seja bem vindo", ou mesmo "paz do Senhor". Somente me deram um exemplar do jornal da igreja.

Seu assento era confortável?
Depende do uso. Para ficar de pé, não, porque o banco tem uma estranha construção que não me permitiu levantar-me. Nos momentos necessários, eu ficava no corredor. Mas para me assentar, era relativamente confortável, um pouco apertado, mas eu tenho as pernas compridas... Contudo, uma moça que estava apoiando os pés no encosto do banco para abaná-los, na 2a galeria, parecia estar fazendo melhor uso deles que eu.

Como você descreveria o ambiente antes do culto?
Infelizmente cheguei atrasado.

Quais foram, exatamente, as palavras de abertura do culto?
Idem.

Que livros foram usados pela congregação durante o culto?
As letras das músicas eram projetadas nos inúmeros telões e tvs em diversos pontos do auditório. Os que trouxeram Bíblias consigo as usaram. Não havia nem mesmo compartimentos nos bancos para nada. Muitos estavam lendo o jornal da igreja ("Atos Hoje") durante o culto...

Que instrumentos musicais foram tocados?
Havia um baterista que tinha um sério problema de tourette (só isso para explicar os espasmos com que agredia o instrumento). Um guitarrista à la pop. André Valadão ao piano eletrônico da igreja. Só.

Algo o distraiu?
Seria interessante perguntar se algo permitia a concentração. Tal a euforia dos participantes em pular, gritar, urrar, dar seus brados de vitória, glórias a Deus, e sempre dizer ao irmão ao lado o que estava fazendo parte da "ministração" que era literalmente impossível concentrar-se nas letras que se cantavam. Mesmo não sendo essa uma tarefa muito difícil, por se tratar de músicas de apenas um verso.

O estilo do culto, qual era? Saltitante, engessado ou o quê?
Eu nunca participei de uma condução emotiva tão - como dizer? - rasteira. A idéia óbvia era levar os participantes ao êxtase emotivo; alguns chegaram a ter momentos de real descontrole de seus sentidos durante o culto. Não caberia na definição de saltitante, porque há sempre a tonalidade festiva nesses cultos. Neste havia uma combinação de euforia e lugubrismo, algo muito estranho. Não saberia definir o estilo do culto, sinceramente.

Qual a duração exata do sermão?
Considerando que houve uma inteira reflexão antes do ofertório de 10 minutos, o segundo sermão, e principal da noite, ocupou pouco mais de 20 minutos.

Numa escala de 1 a 10, quão bom era o sermão? E o pregador?
2 para o sermão. Raciocínio curto, insípido, com vôos e terríveis alegorias quase heréticas. Bobajada prosperista. Para o pregador, 3; é um rapaz que se esforça, e chega a fazer boas piadas de púlpito

Em suma, sobre o que foi o sermão?
O primeiro sermão, antes do ofertório: João 10.10. Jesus veio para nos dar vida e abundância. Vida é o que gera, multiplica; Abundância é o que sobra. Aquilo que não gera nem multiplica nem abunda em nossas vidas não vem de Deus, mas do Diabo (o qual foi devidamente "amarrado" pelo oficiante, com a garantia (o termo usado foi profecia) de quem em 2010 nenhum dos presentes terminaria o ano no vermelho.

O Segundo sermão foi sobre fé. E sobre como Deus se agrada dela. Orbitou no uso da fé em 2010, com constantes afirmações "para o irmão que está ao seu lado" de que "2010 será o melhor ano da Minha vida". Interrupções constantes por aplausos a todos e a qualquer um me distraíram um pouco do raciocínio, mas também houve menção sobre como devemos ser ativos em tomar posse das bênçãos em nossas vidas, e nada deixar ao Deus-dará (o que suscitou um debate interessante com minhas companhias após o culto).

Que parte do culto foi como estar no céu?

Sair dele.

E qual parte foi como estar... hã... no outro lugar?
Não diria ter sido somente uma.

O que aconteceu depois do culto?
Fomos embora para o Subway Savassi lanchar e tecer comentários sobre o culto.

Como você descreveria o cafezinho após o culto?
Há uma lojinha na imediação do templo chamada Café Maná para quem queira lá ir.

Como você se sentiria em congregar nesta igreja? (numa escala sendo 10 = extasiado e
0 = terminal)

-80. Como disse para minha família e para muitos amigos: se só houvesse igrejas assim em Belo Horizonte, eu não iria a nenhuma, ou faria uma em minha casa, diametralmente oposta.

O Culto o fez feliz por ser um cristão?
Penso que o Cristianismo seja muito mais que prosperismo e emotismo.

O que você vai guardar na memória deste culto?
O delicioso momento com meus amigos no Subway Savassi.
Fonte: Participante Secreto

18 janeiro 2011

Qual é o seu status?




Hei, você  está aí?
Está “Disponível”?
Você está disponível para dar um pouco de atenção?
Você pode gastar um pouco do seu tempo com os outros?
Tem algum tempo para se preocupar, se relacionar?
Sua memória tem espaço suficiente para gravar nomes? Para recordar  a última conversa?
Você está disponível para ser amigo?
Você está à disposição?  E seus ombros, estão disponíveis para o consolo, para o desabafo?
E suas mãos, estão limpas? Estão estendidas? Apontam o caminho? Prestam serviço?
E seus pés, estão dispostos à caminhar uma milha, ou duas?
E seus lábios? Vão falar palavras boas para edificar, exortar?
Você está disponível para envolver-se, comprometer-se?
Você está disponível para amar?
Está disponível?
Está à disposição para conversar, ouvir, aconselhar, compartilhar, ou simplesmente, fazer companhia?
Não seja “Ausente” nestas questões
E não se faça de “Invisível”.
Bem... se você está realmente  “disponível” ,
Se você se coloca à disposição diante dessas situações, considere-se “Ocupado” com coisas que realmente valem à pena.

Joelma Rocha é autora do blog "Verdade no Coração". Texto gentilmente cedido para reprodução, cuja postagem original está disponível AQUI

08 janeiro 2011

Não seja igual aos outros













Por Jorge Fernandes Isah


Vi uma propaganda de um produto na internet em que a mensagem era exatamente esta: “Não seja igual aos outros”. Havia um apelo à diferença, ao não conformismo, a não se parecer ou ser uma repetição de outras pessoas.
No primeiro momento, pensei: “Puxa, é mais uma tentativa de se vender algo que não diferencia ninguém ou nada neste mundo... que pelo contrário, o fará parecido ou igual à maioria”. É claro que não somos inteiramente iguais, nem mesmo na família é possível encontrar pessoas idênticas. Não falo de clonagem, nem de uma massa de indivíduos fisionômica e psicologicamente análogos. Mas é que, cada vez mais os nossos comportamentos, gostos e vontades estão-se massificando. E a publicidade dos produtos, a fim de distingui-los, procura fisgar o consumidor com a idéia de exclusividade, ou quando muito, adentrá-lo a um grupo “seleto” de privilegiados.
Se o objetivo é conquistar o maior número de pessoas para a sua causa, consequentemente, um número maior delas se parecerá com outros adeptos catequizados pela mesma cartilha. No fundo, a idéia é vender, quanto mais a um maior número de pessoas, e nada melhor do que dizer que você é singular, e fazê-lo adquirir o produto como outros tantos milhões o farão, crendo no mesmo ardil.
É a prova do quanto há de insatisfação, pois, o que as sandálias da Gisele Bundchen ou a cerveja do “Zeca” ou o carrão do Kiefer Sutherland podem fazer para me transformar em alguém como eles? A Gisele é única não pelas sandálias. O Zeca, o Kiefer, idem. O que nos torna diferentes é exatamente a medida daquilo que Deus nos deu, e que deu a cada um. É possível que eu cante tão bem como o Chat Baker? Ou venda tantos softers como o Bill Gates? Ou componha como Bach? E jogue como o Cristiano Ronaldo? Talvez eu tenha até mesmo algumas das suas habilidades, talvez eles não tenham algumas das minhas; mas jamais serei eles, e vice-versa.
Deus deu a cada um [crente ou não] habilidades, dons e talentos que são exclusivos; não no sentido de únicos, de que apenas uma pessoa os possui, mas no sentido de que, no conjunto de nossas aptidões e características não há alguém como nós [é um milagre, visto que evidencia a nossa complexidade, e a impossibilidade de sermos apenas fruto do “acaso”]. E devo não apenas conformar-me, mas alegrar-me com aquilo que Ele me deu, sabendo que, segundo a Sua santa e reta vontade pode dar mais ou menos a quem Ele quiser.
O homem natural [e mesmo o crente] pode não se satisfazer com o que Deus lhe dotou, e cobiçar o que não lhe pertence, seja material, espiritual ou intelectual; incorrendo em pecado, pois, agindo assim, estamos dizendo que o Senhor errou ao não me capacitar como fez a outro. Isso vale para tudo, para todas as nossas insatisfações; e, devemos reconhecer que ao agir assim, estamos em flagrante oposição a Deus, que é perfeito, e não erra. Paulo afirmou: “Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” [1Tes 5.18].
Ao buscarmos ser como o outro, deixamos de encontrar em nós exatamente aquilo que Deus nos confiou, não para o nosso proveito próprio, mas para a Sua glória: “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus”[1Co 10.31].
Mas, em seguida, veio-me uma questão: “A Bíblia não afirma que devo ser como o meu Senhor Jesus Cristo?"... “Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor”[2Co 3.18]. Então percebi o quanto estava errado. E o quanto deveria anelar a conformidade do meu Senhor e Salvador, na expectação de um dia ser como Ele: “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele [Jesus] se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos”[1Jo 3.2]. Deus o Pai prometeu que seremos como o Seu Filho Amado, porque um dia Jesus Cristo se fez semelhante a nós [“Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens” (Fl 2.6-7)], por amor a nós [Ef 5.2], para nos salvar da condenação eterna [At 4.10-12;Rm 5,8], e nos dar vida [Jo 20.31;Rm 6.23]; portanto, devemos buscar ardentemente parecer-nos com Cristo, e orar para que esse dia não demore, e possamos, como Paulo, dizer: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim” [Gl 2.20]; e ainda: “Como, pois, recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim também andai nele” [Cl 2.6].
E então, a Gisele, o Zeca e o Kiefer poderão ser iguais a nós, se assim aprouver a Deus, chamando-os para a Sua glória, onde todos seremos um só Corpo; sem nos preocupar mais em “não ser igual aos outros”

02 janeiro 2011

A Cruz e a Coroa











Por Esli Soares
           Para nós cristãos dois símbolos devem estar sempre em nossas mentes; a Cruz e a Coroa. A Cruz que nos lembra do maravilho sacrifício de Jesus em nosso lugar e a Coroa que nos ‘fala’ de sua majestade e glória. Estes símbolos devem dirigir as nossas atitudes, se bem que não eles, como se fossem algo mágico ou místico, e sim por uma interiorização como que um lembrete — ou melhor, um aviso — “Cristo morreu em seu lugar, como você tem vivido a Vida dele que agora está em você? Ele voltará em majestade e glória e nesse dia, o Dia do Senhor, como você se apresentará diante dele?”

           Essas perguntas, motivadas e constantemente lembradas por esse símbolos, devem ser, sempre, respondidas em cada uma de nossas ações. A cada passo ou decisões tomadas devemos sinceramente avaliar se o que vamos fazer respondem de modo adequado a essas questões.

           Uma vida de santidade não é aquela que aceticamente ou impassivelmente caminha indiferente a vida cotidiana como se não tocasse ou fosse tocada pelas situações, problemas ou pessoas, mas que em cada instante tenta de todo o coração, se identificar com Cristo, procedendo da mesma maneira que Jesus, o Senhor; refletindo em suas atitudes a vontade de Deus revelada em sua Palavra. Esta vida de santidade é proposta e possibilitada pelo Santo Espírito, quando num comprometimento total, ou seja, num entregar-se a si mesmo à autoridade dele obedecendo os seus mandamentos e vivendo de acordo com a Bíblia Sagrada.

           Ter a Cruz e a Coroa sempre em sua mente, não impedirá que você seja tentado, esses símbolos não manterão o mal afastado e nem garantirão vitórias e bênçãos financeiras ou mesmo uma saúde inabalável. Mas ter como parâmetro o amor eterno de nosso Deus e Pai que enviou seu único filho, que em sua maravilhosa graça (Cruz) nos transportou para seu reino (Coroa), nos garante a vida eterna. São os que conhecem a Verdade que são livres pela a de Verdade. Que jeito será mais acertado de conhecer a Verdade, que manter a mente voltada para a Cruz (a morte) e a Coroa (a majestade) de Jesus?

Nota: Texto originalmente publicado em "A Cruz On-line!"