"A Verdade não precisa de defesa; por si mesma ela se defende. A Verdade precisa ser proclamada!"

03 outubro 2009

Acerca dos Evangelhos Sem Cristo e da Graça







Por Isaías Medeiros [1]

O Cristianismo vive dias difíceis. De um lado, há uma corrente mais voltada ao místico, ao emocional, que se sustenta à base de sinais, sentimentos, mantras, confissão positiva, rituais pagãos, que prega a pobreza e a resignação do homem como pecados ou maldições, e a sua ascenção política ou financeira como objetivos primários e evidências da presença de Deus em sua vida.

De outro, encontra-se uma ala mais intelectualizada da Igreja, formada por teólogos, filósofos, cientistas sociais, escritores, políticos etc. Estes, tomados em seu conjunto (evidentemente, há excessões), defendem uma vivência mais racional da religião, menos disposta a tolerar o que chamam de “legalismo” e pregam subliminarmente que a finalidade do Evangelho é a felicidade do homem na terra – sem prejuízo de uma vida eterna futura –, e que os ordenamentos bíblicos servem apenas como um referencial, portanto, moldáveis a cada situação específica.

Fazendo o comparativo entre estes dois recortes da Igreja (que, seguramente, não são os únicos possíveis), temos a impressão de estarmos diante de “dois povos distintos”, com características completamente diferentes entre si. Entretanto, existe uma semelhança brutal entre eles: Cristo NÂO está no centro. Ambos são humanistas ou antropocêntricos.

Cada qual à sua maneira, os dois põem o homem no centro do mundo, como o tomador-mor de decisões (“eu decreto…”; “eu determino…”) e para e pelo qual todas as coisas devem se ajustar para a sua felicidade, para a sua satisfação pessoal (humana, e não espiritual).

Um movimento crê que o homem na realidade é um deus, com poderes iguais aos de Jesus Cristo, mas que precisa aprender a desenvolvê-los e utilizá-los para conseguir tudo o que deseja. O outro, prega um evangelho relativista, recoberto por uma falsa aparência de piedade, cujo objetivo é o de apenas ajustar a Bíblia as práticas que entendam serem seus “direitos humanos”. Dessa forma, a Palavra de Deus perde a sua inerrância, e o seu cumprimento, conseqüentemente já não depende mais da sua autoridade intrínseca, mas do julgamento humano de “quando ela está certa ou não”. Paulo já havia dito que chegariam dias em que a sã doutrina não seria mais suportada, e que se multiplicariam os “especialistas” para justificar toda e qualquer heresia ou perversão que se desejasse praticar (2 Timóteo 4:3-4). Em outras palavras, o homem assume uma autoridade superior a da Bíblia. A mente humana, e não a mente de Cristo no homem é quem passa a tomar as decisões.

Por estes motivos é que temos hoje “evangelhos” para todos os gostos (com mais ou com menos emoção), todos os bolsos (nem é preciso comentar), e todos os credos (ecumenismo/relativismo religioso). O Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo tem sido diluído em meio a preferências e opiniões pessoais, interesses particulares diversos aos do Cristianismo e ideologias contrárias à fé, como o humanismo e o comunismo.

A Graça de Deus é multiforme. Isto quer dizer que ela se apresenta de variadas maneiras para diferentes pessoas e circunstâncias. Porém, em todas os casos a figura central é a de Cristo. É por meio d’Ele que a Graça existe, e ela existe para conduzir o homem a Deus. Significa dizer que não há nenhum “manual de instruções” que possamos seguir para automaticamente sermos salvos, pois a nossa salvação provém do sacrifício não merecido de Jesus por nós na cruz. Todavia, a Graça não anula as recomendações bíblicas dadas ao homem pelo Espírito Santo. Um homem não pode salvar a si mesmo pelas obras que pratique, embora possua o livre-arbítrio[2] para aceitar a Jesus e por meio do Seu sacrifício ser salvo. Por esta mesma prerrogativa, porém, ele pode escolher o mal e perder sozinho a sua alma. A Graça subentende que as obras do homem não podem salvá-lo, e não que estas obras não possam condená-lo…

Precisamos voltar à simplicidade do Evangelho pregado pelo Homem que nasceu numa manjedoura; que não recebeu glória dos homens (João 5:41); que a Bíblia diz que chorou (João 11:35) e que suou sangue (Lucas 22:44), mas não que se alegrou carnalmente, e sim no Espírito Santo (Lucas 10:21). Necessitamos parar de ler o que a Bíblia não diz e voltarmos a colocar a Cristo no centro das nossas vidas.

FONTE: O CRISTÃO REVOLTADO!

Nota: [1] A foto não consta da postagem original. A reprodução foi gentilmente autorizada pelo autor, cujo texto original pode ser lido AQUI.

[2] Em todo o texto, apenas não concordei com a citação quanto ao "livre-arbítrio". Contudo, ela é irrelevante ao objetivo do texto. Apenas faço a ressalva porque, ainda que irrelevante, ela apresenta um conceito com o qual não concordo teologicamente.

3 comentários:

Danilo disse...

Ola Jorge!

Estou passeando na net para conhecer blogs cristãos, saber o que o povo está buscando e falando... E para divulgar meu blog, o Genizah.

Muito legal o trabalho que vocês fazem aqui! Parabéns.

Vou seguir vocês e espero pela oportunidade daquela troca de irmão em Cristo aqui ou no meu blog, se você me der a honra e prazer da visita.

Genizah é um blog de apologética cristã com uma boa dose de humor. Nosso time é formado por escritores, pastores, humoristas e chargistas cristãos.

Espero que goste. Paz e Bem!

Danilo

http://www.genizahvirtual.com/

Anônimo disse...

Tá aí, Jorge, a prova viva do que eu digo em:

http://ocristaorevoltado.blogspot.com/2009/10/sobre-bobosfera-crista-e-os-seguidores.html

Jorge Fernandes Isah disse...

Isaías,
Não tem como me seguir, pois em nenhum dos meus blogs criei uma lista de seguidores.
Até sigo uns poucos, não para dar ibope ao seguido, mas para que eu me lembre de chegar lá vez ou outra, especialmente, os que não tenho por hábito acompanhar, e que tenham me interessado com um ou outro artigo.
No mais, acho uma bobagem sem tamanho, porque o objetivo é apenas o de se mostrar e fazer audiência indiscriminada.
Mas o marketing e o pragmatismo funcionam assim mesmo, o importante é sempre o resultado, seja lá qual for.
Abraços.