"A Verdade não precisa de defesa; por si mesma ela se defende. A Verdade precisa ser proclamada!"

07 maio 2009

A RECUSA DE REPUDIAR O MUNDO




















Por John MacArthur Jr.

Já indicamos outro fator que contribui para o declínio de discernimento na igreja contemporânea. É a preocupação com a imagem e a influência. Ela surge da falsa idéia de que, a fim de ganharmos o mundo para Cristo, precisamos, primeiramente, conquistar o favor do mundo. Se conseguirmos que o mundo goste de nós, ele aceitará o nosso Salvador. Por muito tempo, essa tem sido a filosofia das igrejas sensíveis aos interessados. Esta é, também, uma das suposições motivadoras do movimento da Igreja Emergente.
Essa filosofia sugere que os cristãos devem tentar fazer com que os pecadores não-convertidos sintam-se confortáveis com a mensagem cristã. O objetivo é tornar a igreja em um lugar totalmente livre de ameaças, no qual os incrédulos, em vez de confrontar a incredulidade deles; fazer amizade com o mundo, em vez de separar-se dele. Tudo isso parece muito agradável, caloroso e amável às pessoas de sensibilidade pós-modernas, mas não é a estratégia de evangelismo que as Escrituras nos propõem. Na realidade, essa filosofia é totalmente incompatível com a sã doutrina. É uma forma de comprometimento com o mundo. Tiago o chamava de adultério espiritual (Tiago 4.4).
E observe os efeitos dessa estratégia. No movimento das igrejas sensíveis aos interessados, a pregação tem sido substituída por entretenimento. No movimento da Igreja Emergente, a própria verdade deu lugar ao ceticismo. Em ambos os movimentos, qualquer pregador que tentar assumir uma posição em favor da verdade, falar com clareza, tornando compreensível a mensagem bíblica, provavelmente será convidado a voltar ao seu assento. Esse tipo de pregador é um problema, um embaraço e um tropeço para os não-cristãos.
Se a verdade não pode ser proclamada sem temor na igreja, que lugar existe para a verdade? Como podemos edificar uma geração de cristãos perspicazes, se nos aterrorizamos com a idéia de que os não-cristãos talvez não gostem de ouvir a verdade pura e simples?
Desde quando tem sido legítimo para a igreja o procurar o amor do mundo? O apóstolo João não escreveu: "Irmãos, não vos maravilheis se o mundo vos odeia" (1Jo 3.13)? E Jesus não disse: "O mundo... a mim me odeia, porque eu dou testemunho a seu respeito de que as suas obras são más" (Jo 7.7)? Os cristãos bíblicos sempre entenderam que devem repudiar o mundo. Eis as palavras de nosso Senhor:
"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. Se vós fósseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia. Lembrai-vos da palavra que eu vos disse: não é o servo maior do que seu senhor. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa. Tudo isso, porém, vos farão por causa do meu nome, porquanto não conhecem aquele que me enviou" (Jo 15.18--21).
Por acaso essa mensagem dá a entender que temos liberdade para usar uma estratégia evangelística que abranda a mensagem da cruz?
Acredito que o apóstolo Paulo não teria paciência com táticas desse tipo. Ele nunca procurava conquistar o mundo por meio de aceitabilidade intelectual, popularidade pessoal, imagem, status, reputação ou coisas desse tipo. Ele escreveu: "Temos chegado a ser considerados lixo do mundo, escória de todos (1Co 4.13). A igreja contemporânea está correta ao tentar uma abordagem "mais sofisticada"? Ousamos abandonar o exemplo de homens piedosos do passado, os quais, todos, tiveram de lutar pela verdade?
E, podemos acrescentar, no momento em que qualquer igreja se propõe a fazer amizade com o mundo, essa igreja se coloca em inimizade contra Deus (Tg 4.4).
Em termos práticos, o movimento para acomodar a igreja ao mundo diminui a confiança dos cristãos na verdade revelada por Deus. Se não podemos confiar na pregação da Palavra de Deus para converter os perdidos e edificar a igreja, como podemos, de algum modo, confiar na Bíblia - até como um guia para nosso viver diário?
As pessoas estão sendo enganadas pelo exemplo de alguns de seus líderes eclesiásticos. Estão aceitando a ilusão de que a fidelidade à Palavra de Deus é opcional.
Além disso, à medida que a pregação bíblica continua a diminuir, a ignorância acerca das Escrituras aumenta. Esse fato agrava, ainda mais, todos os problemas que resultam do declínio do discernimento, e o ciclo de desgraças continua.
Extraído do excelente livro "A Guerra Pela Verdade" - Pg 235/238 - Editora Fiel - Adquira um exemplar AQUI .
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